Criada em 1854, e contrariando as leis da natureza, a Freguesia de Santo António dos Olivais já nasceu crescida. Considerada desde logo como sendo a maior de Coimbra e uma das maiores de Portugal, tem atualmente mais de 41 mil habitantes.

A sua urbanização é muito marcada pelo casario das zonas residenciais que desde muito cedo se terão começado a desenvolver. Tal se deve, em parte, à presença do antigo Mosteiro de Celas que, situado numa área erma de Coimbra, onde a paisagem se caracterizava pela existência de pinhais e olivais, foi permitindo as construções em seu redor.

Actualmente, porém, não é apenas junto a este mosteiro que podemos encontrar bairros habitacionais. As zonas da Solum, Vale das Flores, Tovim, Chão do Bispo, Casa Branca, Alto de São João, Pinhal de Marrocos, Portela ou Mainça, são exemplos do grande crescimento da freguesia.

Picoto, Vale de Canas, Casal do Lobo, Cova do Ouro, Serra da Rocha, Rocha Nova, Bemposta compõem o panorama rural da freguesia de Santo António dos Olivais e Vale Linhares mantem, ainda, traços acentuados de ruralidade.

Foi esta freguesia, desde sempre, muito marcada pela religiosidade, aspecto presente não só nas celebrações eucarísticas mas, sobretudo, em importantes festas e romarias, realizadas em diversas épocas do ano, com destaque para a romaria do Espírito Santo.

Desde muito cedo que a zona dos Olivais foi procurada por monges, que ali encontraram a paz necessária à espiritualidade e refúgio.

A pequenina ermida de Santo Antão é prova disso, deu abrigo a Frei António, depois de ter vivido em Santa Cruz.

Foi aqui que o padroeiro desta freguesia trocou o nome de Fernando por António, abdicando do rico hábito e da murça branca de cónego regrante de Santo Agostinho pela humílima estamenha franciscana.

Frei António morreu em 1231 e, após a sua canonização, ocorrida logo no ano seguinte, o convento franciscano dos Olivais de Coimbra mudou a invocação de Santo Antão para Santo António. E assim nasceu Santo António dos Olivais, cuja povoação se foi desenvolvendo nas imediações da colina sagrada.

Com o fim de dar cumprimento à determinação régia, o prelado, de acordo com o governador civil, nomeou uma comissão de cinco membros que elaborou o “Plano de reducção, suppressão, arredondamento e erecção de parochias na cidade de Coimbra e seus subúrbios”, que veio a merecer aprovação superior e a ser convertido em decreto régio, assinado a 20 e publicado no Diário do Governo, de 25 de Novembro de 1854. Antes desta data, existiam em Coimbra nove freguesias. Com a publicação do decreto foram reduzidas a quatro, sendo criadas duas novas paróquias, uma delas a dos Olivais com 749 fogos.

Estava assim criada a freguesia e paróquia de Santo António dos Olivais.