Assinalar e celebrar os oitocentos anos da fundação deste templo é, certamente, para todos os conimbricenses, para todos os portugueses e para todos os que noutras geografias se interessam pelo património e pelas comunidades cistercienses, um motivo de orgulho e satisfação. Santa Maria de Celas, como todas as casas monásticas portuguesas, sofreu com a sua extinção e o seu abandono no século XIX, mas conseguiu reaver a atividade religiosa e conservar o seu edifício, reconhecido pelo grande interesse histórico e artístico. É, no entanto, entre os monumentos relevantes de Coimbra, um dos menos conhecidos, apesar da sua arquitetura e das obras de arte que ainda conserva serem verdadeiras “joias patrimoniais”.
Quis em boa hora a Junta de Freguesia de Santo António dos Olivais, espaço administrativo onde se encontra esta antiga abadia feminina de observância cisterciense, que este acontecimento fosse marcado por um encontro que reunisse especialistas de várias áreas, cujos saberes se ligam à história da abadia ou que com ela se cruzam, e que trouxessem ao conhecimento dos vários públicos o que hoje se sabe, em particular sobre os primeiros séculos da existência da casa monástica, mais próximos das datas que associamos à fundação. Este colóquio pretende ser mais um contributo para divulgar a importância do monumento e da sua longa história, bem como a sua atual integração em rotas nacionais e internacionais.